Primo de Raquel Lyra é citado em denúncia no TJPE

O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) enviou ao Tribunal de Justiça do Estado uma denúncia de suposta fraude sobre o empresário Waldemiro Ferreira Teixeira, primo da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD). O familiar direto é citado em um escândalo envolvendo a licitação de R$ 1,2 bilhão da Secom, pregão já revelado pelo portal Vero Notícias.

A peça anônima menciona possíveis vínculos de Waldemiro Teixeira com uma das empresas vencedoras do certame, além de indícios de “fraude, direcionamento e conflito de interesse”. O documento contendo provas de irregularidades foi entregue ao TJPE e está sendo avaliado pelo desembargador Fernando Cerqueira.

A reportagem apurou que a denúncia também foi enviada para os e-mails oficiais dos deputados e dos desembargadores do estado.

Como já noticiado, o processo licitatório de nº 1360.2024.0001 previu a contratação de quatro agências de publicidade institucional, com valor estimado em R$ 120 milhões por ano, com duração de até 10 anos. O edital já chegou a ser suspenso por suspeitas envolvendo as análises técnicas do certame.

Entre os principais pontos da denúncia está a ligação entre Waldemiro e a E3 Comunicação Integrada Ltda., que venceu a licitação e, logo em seguida, instalou sua sede em imóvel pertencente ao primo da governadora. No mesmo endereço há também uma produtora que, segundo a acusação, também pertence ao empresário.

Há também a suspeita de que a diretora da E3 em Pernambuco já tenha trabalhado por mais de 15 anos na Makplan Marketing e Planejamento, empresa de Waldemiro que já foi declarada inidônea pelo próprio TCE-PE por envolvimento em supostos desvios de recursos públicos.

O TCE avalia agora se mantém a suspensão dos pagamentos e se aprofunda a investigação sobre vínculos empresariais e familiares dos envolvidos. No entanto, o TCE ainda não decidiu sobre o mérito da auditoria especial.

Procurada por meio da Secretaria de Comunicação, a governadora Raquel Lyra não se manifestou. O empresário Waldemiro Teixeira também não se pronunciou. O TJPE e o desembargador também não responderam a reportagem.


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